A Cúpula Um Planeta para a Biodiversidade reuniu nesta segunda-feira (11) dezenas de chefes de Estado e Governo, líderes de organizações internacionais e empresários para tratar da emergência climática.

O secretário-geral, António Guterres, disse que a humanidade está abusando do planeta “como se tivesse um sobressalente”. Segundo ele, o uso atual de recursos requer quase dois planetas, mas só existe um.

Secretário-geral fez uma série de apelos para proteger o planeta e recuperar da pandemia.

Secretário-geral fez uma série de apelos para proteger o planeta e recuperar da pandemia.

Foto | Mark Garten/ONU

A Cúpula Um Planeta para a Biodiversidade reuniu nesta segunda-feira (11) dezenas de chefes de Estado e Governo, líderes de organizações internacionais e empresários para tratar da emergência climática.

O evento, organizado pela França, em cooperação com as Nações Unidas e o Banco Mundial, quer intensificar o combate à mudança climática e discutir os novos desafios criados pela pandemia da COVID-19.

O secretário-geral, António Guterres, disse que a humanidade está abusando do planeta “como se tivesse um sobressalente”. Segundo ele, o uso atual de recursos requer quase dois planetas, mas só existe um. Para ele, “agora, a natureza está contra-atacando”.

As temperaturas estão atingindo níveis recordes, a biodiversidade entra em colapso, os desertos crescem e incêndios, inundações e furacões são mais frequentes e extremos.

Ao mesmo tempo, a COVID-19 causou mais de 1,8 milhão de mortes e arrasou economias. Pela primeira vez neste século, a pobreza está aumentando e as desigualdades se aprofundando.

Para Guterres, “a recuperação da pandemia é a chance de mudar o curso”.

Ele diz que “com políticas inteligentes e os investimentos certos, pode se traçar um caminho que traga saúde para todos, reviva as economias, crie resiliência e resgate a biodiversidade”.

Economia

Preservar a biodiversidade mundial também gera empregos. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as oportunidades de negócios emergentes em toda a natureza podem criar 191 milhões de empregos até 2030.

Apesar disso, o secretário-geral lembrou que o mundo não atingiu nenhuma das metas globais de biodiversidade definidas para 2020. Nesse momento, a biodiversidade enfrenta um déficit de financiamento de US$ 711 bilhões por ano até 2030.

Guterres disse que a Conferência da ONU sobre Biodiversidade, que acontece em Kunming, na China, entre 17 e 30 de maio, “será um passo vital para estabelecer uma estrutura global pós-2020 para a biodiversidade e parar a crise de extinção”.

Esperança

Segundo o chefe da ONU, “um novo impulso está surgindo”. Para ele, o principal objetivo das Nações Unidas, em 2021, é construir uma coalizão verdadeiramente global pela neutralidade de carbono.

Guterres afirmou que chegou a hora de colocar um preço no carbono, parar a construção de usinas de carvão, acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis e transferir a carga fiscal dos contribuintes para os poluidores.

Ele disse ainda que a COP26, que acontece no final do ano em Glasgow, no Reino Unido, “não pode ser mais uma oportunidade perdida”.

Muralha verde

Durante o evento, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que a iniciativa Grande Muralha Verde para o Sahel e Saara recebeu US$ 14,2 bilhões em novo financiamento. 

Os fundos devem acelerar os esforços para restaurar terras degradadas, salvar a diversidade biológica, bem como criar empregos verdes e aumentar a resiliência do povo do Sahel.

O projeto está sendo criado ao longo da margem sul do Deserto do Saara na África, desde a costa do Atlântico até o Mar Vermelho. Os novos fundos representam mais de 40% do US$ 33 bilhões de dólares necessários para cumprir os objetivos traçados até 2030.

Fonte: ONU Brasil

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