Legenda: Silvia Rucks, coordenadora residente da ONU no Brasil, destacou a importância dos oceanos para combater a crise climática
Foto: © Isadora Ferreira/ONU

“O caminho para a Conferência dos Oceanos começa em Brasília”. Assim o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, abriu a primeira edição das Blue Talks, série de eventos que serão realizados a partir de agora como preparação para a conferência global sobre os oceanos que acontecerá em Lisboa de 27 de junho a 1º de julho.

Esse primeiro evento aconteceu em Brasília nos dias 16 e 17 de março, organizado pelas Embaixadas de Portugal e do Quênia, com apoio da ONU Brasil. No primeiro dia, o debate girou em torno das ligações entre o ODS 14 (Vida na Água) e o ODS 6 (Água potável e Saneamento). No segundo dia, o tema foi conhecimento científico e pesquisa em toda a bacia do Oceano Atlântico, incluindo pesquisa polar. Além de reafirmarem a importância da conservação dos oceanos, os participantes destacaram também a ligação entre oceano e clima.

Na abertura do encontro, que ocorreu na Embaixada de Portugal e foi transmitido ao vivo pelo YouTube da ONU Brasil, o embaixador Ramos afirmou que “tudo o que pudermos dizer, partilhar, sensibilizar sobre um perigo que está a nossa porta é importante para a conservação dos oceanos. Estamos aqui em campanha para salvar nosso futuro comum, já que tratamos do diálogo entre água doce e salgada”.

O embaixador do Quênia, Lemarron Kaanto, destacou a importância de os países coletivamente pensarem em soluções para “o uso sustentável de nossos preciosos oceanos”. Já a chefe de delegação adjunta da União Europeia, Ana Beatriz Martins, afirmou que “a conservação dos Oceanos oferece excelentes oportunidades para o desenvolvimento sustentável e para a criação de empregos dignos”.

Legenda: Embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, abriu as Blue Talks, em Brasília
Foto: © Isadora Ferreira/ONU

Representando o Sistema ONU no Brasil, a coordenadora residente da ONU, Silvia Rucks, afirmou que “os oceanos são fundamentais para o equilíbrio climático da Terra: eles atuam como um gigantesco sumidouro de gases de efeito estufa, e precisamos deles para dissipar o calor. No entanto, devido ao aumento da temperatura média global, as águas oceânicas estão se aquecendo e acidificando, o gelo polar está derretendo, e os padrões climáticos globais estão mudando”.

Outro grande desafio para a conservação dos oceanos é o lixo, principalmente o lixo plástico. Rucks lembrou que “há sinais de esperança. No início de março, foi adotada no âmbito da Assembleia da ONU para o Meio Ambiente em Nairóbi, uma resolução histórica para acabar com a poluição plástica e forjar um acordo internacional juridicamente vinculativo até o final de 2024”.

Ações como essa são fundamentais para mudar a forma como lidamos com os oceanos e apoiar os mais de 3 bilhões de pessoas que dependem da biodiversidade marinha e costeira para sua subsistência.

O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, também esteve na Embaixada de Portugal para as Blue Talks. Ele chamou atenção para os mais de 350 milhões de hectares de território marítimo do Brasil e ressaltou que a proteção para os oceanos passa pelo saneamento.

“No Brasil, mais de 100 milhões de pessoas não têm acesso a saneamento, e mais 35 milhões de pessoas não têm acesso a água tratada. Precisamos resolver esse problema histórico.”

Legenda: Autoridades brasileiras, portuguesas e quenianas durante as Blue Talks, na Embaixada de Portugal
Foto: © Isadora Ferreira/ONU

“Da mesma maneira que temos todos consciência (…) da agenda global para o clima, da qual depende a nossa sobrevivência como planeta, e da agenda global para as migrações e a mobilidade, da qual depende a nossa existência como uma só humanidade, devemos também compreender que precisamos de uma agenda global para os oceanos”, disse Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que participou do evento pela internet.

Conferência dos Oceanos

Conferência dos Oceanos estava prevista para ocorre em 2020, mas devido à pandemia de COVID-19 foi postergada para 2022 – ainda assim o momento não poderia ser mais oportuno. A ciência nos mostra que os oceanos estão sendo gravemente degradados por atividades humanas.

Poluição, perda de biodiversidade e acidificação das águas são alguns dos desafios que temos adiante. Se as tendências atuais se mantiverem, a habilidade dos oceanos de sustentar vida está ameaçada.

O oceano global é nosso maior aliado no combate à crise climática. Ele gera 50% do nosso oxigênio e absorve 25% do dióxido de carbono. Ele também absorve 90% do excesso de calor.

O mundo não conseguiria arcar com as consequências do declínio da saúde dos oceanos. Sem ações urgentes, a degradação dos oceanos vai afetar as vidas de todos os seres humanos. A Conferência dos Oceanos é um chamado à ação.

Assista aos dois dias de evento: 16 de março (clique aqui) e 17 de março (clique aqui).

Fonte: ONU Brasil

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