Análise global da OIT sugere que é mais provável que a maioria dos empregos e das indústrias sejam complementadas, em vez de substituídas, pela mais recente onda de inteligência artificial

© Unsplash/Steve Johnson Análise global da OIT sugere que é mais provável que a maioria dos empregos e das indústrias sejam complementadas, em vez de substituídas, pela mais recente onda de inteligência artificial

Relatório da Organização Internacional do Trabalho avalia impacto de ferramentas generativas, como o ChatGPT, na quantidade e qualidade dos empregos; risco de automação é considerado baixo, mas pode afetar desproporcionalmente mulheres; autores ressaltam importância do gerenciamento da difusão dessas tecnologias.

A inteligência artificial generativa tem mais probabilidade de aumentar do que destruir empregos. Essa é a conclusão de um novo estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT. 

O relatório “IA generativa e empregos: uma análise global dos efeitos potenciais na quantidade e qualidade do trabalho”, divulgado este mês, diz que o risco de automação de funções exercidas por humanos é baixo.

A Unesco pede a implementação de suas recomendações sobre a ética da inteligência artificial para evitar seu uso indevido.

Unsplash/D koi A Unesco pede a implementação de suas recomendações sobre a ética da inteligência artificial para evitar seu uso indevido.

Complementação ao invés de substituição

Os autores observaram que a maioria dos empregos e indústrias estão apenas parcialmente expostos à automação. Com isso, são mais propensos a serem complementados em vez de substituídos pela última onda da tecnologia, que inclui ferramentas como o ChatGPT. 

O estudo conclui que o maior impacto dessas inovações será na qualidade dos empregos, em especial em quesitos como intensidade e autonomia.

O trabalho de escritório foi a categoria com maior exposição tecnológica, com quase um quarto das tarefas consideradas altamente expostas e mais da metade das tarefas com exposição de nível médio. 

Variações entre níveis de renda dos países

Em outros grupos ocupacionais, incluindo gerentes, profissionais e técnicos, apenas uma pequena parcela das tarefas foi considerada altamente exposta, enquanto cerca de um quarto apresentou níveis médios de exposição.

O estudo global da OITdocumenta diferenças notáveis nos efeitos sobre os países em diferentes níveis de desenvolvimento, ligadas às estruturas econômicas atuais e às lacunas tecnológicas existentes. 

O relatório aponta que 5,5% dos postos de emprego em economias de alta renda estão potencialmente expostos aos efeitos de automação da tecnologia, enquanto em países de baixa renda, o risco abrange apenas cerca de 0,4% do emprego.

Escolas de todo o mundo estão sendo incentivadas a desenvolver políticas sobre o uso de aplicativos de inteligência artificial.

Unsplash/Hitesh Choudhary Escolas de todo o mundo estão sendo incentivadas a desenvolver políticas sobre o uso de aplicativos de inteligência artificial.

Impacto nas mulheres

A OIT também alerta para as diferenças de gênero, pois cargos ocupados por mulheres têm duas vezes mais potencial de serem afetados pela automação. 

Isso se deve ao fato de que os cargos administrativos têm sido tradicionalmente uma importante fonte de emprego feminino. À medida em que os países se desenvolvem economicamente, um resultado da IA generativa pode ser que certos postos administrativos nunca surjam em países de baixa renda.

O levantamento conclui que os impactos socioeconômicos da IA generativa dependerão em grande parte de como sua difusão é gerenciada. A OIT defende a políticas que apoiem uma transição ordenada, justa e baseada em consultas.

Os autores ressaltam que os “resultados da transição tecnológica não são pré-determinados. São os humanos que estão por trás da decisão de incorporar tais tecnologias e são os humanos que precisam guiar o processo de transição”.

Fonte: ONU NEWS

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