Mulheres receberão cursos sobre o aproveitamento integral dos ingredientes e nutrição
Foto: Acnur/Kim Nelson – Mulheres receberão cursos sobre o aproveitamento integral dos ingredientes e nutrição

Estudo da OMS associa poluição caseira com diversas doenças; índice mostra melhora lenta nas últimas duas décadas, puxado por países como Brasil e Índia; meta de acabar com o uso de fontes poluentes até 2030 requer ação rápida.

Cerca de 2.6 bilhões de pessoas não têm acesso a meios seguros e sustentáveis para preparar alimentos. É o que mostra um novo estudo da Organização Mundial de Saúde, OMS.

Segundo a agência, o uso de combustíveis e tecnologias ineficientes e poluentes é um risco para a saúde e um dos principais contribuintes para doenças e mortes, principalmente para mulheres e crianças em países de baixa e média renda

Estudo da OMS associa poluição caseira com diversas doenças
© 2020 Alliance of Bioversity International and CIAT/Trong Chinh – Estudo da OMS associa poluição caseira com diversas doenças

Riscos para saúde

A entidade explica que respirar a fumaça produzida ao cozinhar com poluentes pode levar a doenças cardíacas, derrames, câncer, doenças pulmonares crônicas e pneumonia

A OMS lamenta que milhões de pessoas morram prematuramente, todos os anos, devido à poluição do ar doméstica, que é produzida por cozinhar com fogões e aparelhos ineficientes combinados com madeira, carvão, carvão vegetal, esterco, resíduos de colheita e querosene. 

Sem uma ação rápida para transição de fontes limpas, a OMS afirma que o mundo não alcançará a meta de acesso universal ao cozimento limpo até 2030.

Desigualdade

O estudo mostra que o acesso a combustíveis limpos e tecnologias para cozinhar é distribuído de forma desigual em todo o mundo. Entre 2010 e 2019, a taxa de acesso a combustíveis e tecnologias limpas para cozinhar aumentou apenas cerca de 1% ao ano. 

Grande parte desse aumento aconteceu por melhorias no acesso à cozinha sustentável nos 5 países de renda baixa e média mais populosos – Brasil, China, Índia, Indonésia e Paquistão. Nas demais nações de baixa e média renda estudadas, as mudanças foram menores.

Os resultados mostram que em 1990, mais da metade da população global usava fontes poluentes para cozinhar. Em 2020, esse número caiu para 36%.

Enquanto o gás de cozinha é predominante em áreas urbanas, a biomassa ainda é a fonte mais comum nas populações rurais. 

As estimativas atuais projetam que um terço da população global continuará a usar combustíveis poluentes em 2030, com a maioria residindo na África Subsaariana.

Estudo 

A publicação da OMS inclui estimativas globais, regionais e nacionais detalhadas do número de pessoas que usam combustíveis poluentes ou limpos desde 1990 com foco em seis tipos de combustível: eletricidade, combustíveis gasosos, querosene, biomassa, carvão e carvão. Os dados também incluem desagregação urbana versus rural.

A partir dos resultados, a Unidade de Qualidade do Ar e Saúde da OMS apoia os países a lidar com a poluição doméstica do ar, fornecendo orientações normativas, ferramentas e recomendações. 

A unidade também monitora e relata tendências globais e mudanças nos impactos da poluição do ar na saúde. Essas estimativas são usadas para relatórios oficiais, como as Estatísticas da Saúde Mundial e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Fonte: ONU NEWS

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