Praia da Nazaré, em Portugal. A sustentabilidade em países costeiros deve ser acompanhada pela preservação do oceano
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Praia da Nazaré, em Portugal. A sustentabilidade em países costeiros deve ser acompanhada pela preservação do oceano

Em junho, o país acolheu conferência internacional sobre futuro dos oceanos; Portugal está em processo de descarbonização dos transportes marítimos; até 2015, peso da economia azul dobrou para 5% do Produto Interno Bruto.

Portugal sugere que os países atuem juntos no uso sustentável de recursos da terra e do mar.

As declarações são da presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, Ana Paula Vitorino, que conversou com a ONU News para fazer um balanço da Conferência dos Oceanos realizada em Lisboa, em junho.

Ministra do Mar de Portugal, Ana Paula Vitorino.

ONU News/Daniela Gross Ministra do Mar de Portugal, Ana Paula Vitorino.

Peso da Economia Azul

Ex-ministra do Mar, ela esteve envolvida nas primeiras negociações da Conferência, que foi realizada com o Quênia. Ana Paula Vitorino afirma que é preciso adotar medidas para garantir a sustentabilidade, num momento de impulso global da economia azul.

“Temos neste momento um grande processo de descarbonização de todos os transportes marítimos. O processo vai criar, com certeza, custos de investimentos mais elevados. Mas também cria oportunidades para os empreendedores. Nós temos que fazer uma transição em termos dos combustíveis, deixar de utilizar todos os combustíveis fosseis e os que vão dilapidar recursos de uma forma que não se recupera. Teremos que, no futuro, a médio ou a longo prazo, passar a usar fonte de energia renovável. Mesmo para navios, embarcações e transporte terrestre.”

Entre 2015 e 2019, o peso do setor em Portugal duplicou, atingindo uma fatia equivalente a 5% do Produto Interno Bruto.

A expectativa das autoridades é que a economia do mar represente uma parcela cada vez maior dos rendimentos nacionais e regionais. Ao mesmo tempo, prevê-se que o aproveitamento econômico dos oceanos se torne um fator de coesão das diversas áreas.

Crianças brincam na Praia da Poça, região de Cascais, Portugal.

ONU News/Teresa Salema Crianças brincam na Praia da Poça, região de Cascais, Portugal.

Utilização de recifes para multiplicar espécies

Ana Paula Vitorino disse que a preservação e recuperação de áreas marinhas “podem e devem servir para promover novas atividades econômicas”.  Um exemplo disso é a utilização de recifes naturais ou artificiais para multiplicar espécies em risco ou o desenvolvimento de organismos necessários para áreas como a saúde.

Para a ex-ministra, a questão central é saber como assegurar a sustentabilidade e citou o exemplo de Portugal,

“Em termos de mobilidade, quer seja marítima, quer seja fluvial, terrestre ou aérea. Tem que se adaptar às exigências dos novos tempos da emergência climática. Nós temos que passar a usar transportes públicos, temos que passar a usar menos o nosso carro. Quando no limite e tivermos que usar o nosso carro, que seja uma viatura que já não utilize os gasóleos, gasolina. Que sejam viaturas elétricas, ou quem sabe, se não encontrar uma solução na investigação científica, para novos combustíveis e novas formas de locomoção das nossas viaturas.”

A sustentabilidade em países costeiros deve ser acompanhada pela preservação do oceano, apostando no uso sustentável dos recursos naturais.

Uma das maiores ameaças aos nossos oceanos é a poluição causada pelo homem

© Ocean Image Bank/Sören Funk Uma das maiores ameaças aos nossos oceanos é a poluição causada pelo homem

Investigação científica na área do mar

A medida deve ser aplicada em áreas como turismo, os portos e navegação, ou a pesca sustentável e a aquacultura, até às mais emergentes como as energias renováveisoffshore e a utilização sustentável do capital natural.

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes financia a investigação científica na área do mar, em particular no setor marítimo-portuário, através de prêmios e de bolsas de investigação.

Fonte: ONU News

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