Divulgação - Alexandre Alonso participou do Global Food Summit
Alexandre Alonso participou do Global Food Summit

“A agricultura brasileira: como alimentamos o mundo e ao mesmo tempo impulsionamos a bioeconomia para frente” foi o tema da palestra de Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, no Global Food Summit. O evento ocorreu no dias 7 e 8 de junho, em Munique, Alemanha. Entre os assuntos abordados na palestra, que ocorreu dia 8/6, Alonso lembrou que o agro brasileiro é baseado em ciência e que, em menos de cinco décadas, desenvolvemos uma agricultura tropical de base científica sem paralelo em nenhuma parte do mundo.

“O Brasil deixou de ser importador de alimentos no início dos anos 1970 para se tornar um importante produtor e exportador de alimentos e fibra. Saímos de um cenário de pobreza rural, ausência de tecnologia tropical e conhecimento limitado sobre os biomas para nos tornarmos um grande produtor de grãos, carnes e frutas. O setor agropecuário brasileiro contribui atualmente com 26,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do País e 20,1% da força de trabalho”, destacou.

Alonso também lembrou que a agricultura brasileira é baseada em mais de 300 espécies de cultivos e envia para o mundo 350 tipos de produtos que chegam a cerca de 200 mercados do planeta. “Em 2020, produzimos 244,9 milhões de toneladas de grãos, 43,6 milhões de toneladas de frutas, 35,4 bilhões de litros de leite e 28,1 milhões de toneladas de carne”, disse Alonso, citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). 

Entre os avanços tecnológicos desenvolvidos pela Embrapa, Alonso destacou a tecnologia de fixação biológica de nitrogênio, que economizou recursos e reduziu as emissões de gases do efeito estufa; o sistema de plantio direto, que protege o solo, incorpora carbono e economiza água; o desenvolvimento de cultivares tropicalizadas e geneticamente melhoradas com características que permitem alta produtividade e qualidade; sistemas de produção sustentáveis e sistemas integrados de lavoura, pecuária e floresta. 

Sustentabilidade

Outro destaque na fala de Alonso foi a sustentabilidade do agro brasileiro. Citando dados do relatório “Brasil: evolução anual do uso e cobertura da terra (1985-2020)”, ele lembrou que o Brasil ainda possui 66,3% de seu território coberto de vegetação nativa (o que equivale a 5,64 milhões de km²), número muito superior a países como o Reino Unido (23% do território preservado); Alemanha (16%); Noruega (15%); Espanha (11%) e França (9%). “A atual legislação em vigor destina áreas dedicadas à proteção, preservação e conservação da natureza. O Brasil está na liderança como o país que mais protege florestas”, disse. 

Segurança Alimentar

Ao abordar a temática da segurança alimentar, Alonso citou o Global Food Security Support Analysis Data at 30m (GFSAD), projeto financiado pela NASA para fornecer dados globais e de alta resolução sobre terras agrícolas e uso da água e mostrar como esses dados contribuem para a segurança alimentar global no século XXI.

O projeto mapeou áreas cultivadas em diferentes países, com resolução de 30m. O resultado mostrou que o Brasil têm 66,3% do seu território protegido ou preservado, alimenta mais de 800 milhões de pessoas e exporta para mais de 200 países. “Nós alimentamos o mundo e protegemos o meio ambiente”, disse Alonso. 

Para promover o “Futuro Bio”, o chefe-geral da Embrapa Agroenergia citou algumas ações que o Brasil adota, como a junção da produção de alimentos à fabricação de produtos de base biológica dentro do conceito de “biorrefinaria”; o grande papel que têm as fontes de energia renovável na matriz energética brasileira (atualmente, 46,1% da nossa matriz energética é limpa), e o incentivo à  produção e uso de biocombustíveis, sendo essa última uma ação fundamental na economia circular do carbono .

Como exemplo de biorrefinaria, Alonso citou a cana-de-açúcar. “Atualmente as usinas produzem açúcar (alimento), bioenergia, biocombustíveis (etanol anidro e hidratado, gás e biometano), biofertilizantes e matéria-prima para a indústria química”, disse. Nesse sentido, Alonso destacou o exemplo do bioplástico, que corresponde ao segundo maior produto, em volume, produzido pelas refinarias de petróleo. 

“A empresa brasileira Braskem desenvolveu um polietileno do álcool da cana-de-açúcar, mostrando que é possível criar produtos de base biológica mesmo em refinarias”, disse, mostrando em seguida o portfólio de ativos tecnológicos desenvolvidos pela Embrapa Agroenergia. Além do bioplástico, Alonso citou em sua fala os bioinsumos (biofertilizantes, biodefensivos, compostos bioativos e bioaditivos) como exemplos de bioprodutos que podem vir da agricultura e destacando o seu papel na agricultura de baixo carbono. 

O gestor da Embrapa Agroenergia finalizou afirmando que o futuro não é apenas Bio, mas também Agro, uma vez que a agricultura brasileira é e continuará sendo um dos pilares do desenvolvimento da bioeconomia. “O Brasil está preparado para continuar alimentando o mundo e também para diversificar e ampliar a oferta de produtos de base biológica produzidos direta ou indiretamente e advindos da agricultura. Tudo isso com sustentabilidade ambiental”, finalizou. 

Alonso participou do Painel Brasil, que teve como temática as “Soluções de base biológica para o futuro”. Também participaram do painel o fundador da 100% Livre, Diego Gomes; o diretor de marketing da Future Farm, Pedro Zuim; e o fundador da Amazonika Mundi, Thiago Rosolem. O painel foi mediado pelo Presidente do Global Food Summit, Stephan Becker-Sonnenschein. 

Fonte: Portal da Embrapa

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