Especialistas definirão ainda em 2022 como promover compromissos para a neutralização de carbono em entidades fora de governos; medida pretende garantir padrões elevados de integridade e transparência ambiental.
As Nações Unidas anunciaram, esta quinta-feira, a criação do Grupo de Especialistas de Alto Nível sobre os Compromissos de Zero Emissões Líquidas por Entidades Não-Estatais.
São 16 membros liderados pela ex-ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Canadá, Catherine McKenna. O único integrante de língua portuguesa é o economista guineense e ex-secretário executivo da Comissão Econômica das Nações Unidas para África, Carlos Lopes.
Padrões
Uma das principais metas é definir padrões a serem observados por entidades não- estatais sobre compromissos de zero emissões líquidas e acelerar sua implementação. Em Nova Iorque, o secretário-geral António Guterres ressaltou que a crise climática está piorando com emissões globais altas, apesar das crescentes promessas de ação climática.
Maxime PontoireGuterres efendeu a urgência de empresas, investidores, cidades, estados e regiões para revelar promessas de neutralização carbônica
Para ele, o mundo está em uma corrida contra o tempo para limitar o aquecimento global a 1.5 grau e perdendo. Ele lembrou que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Ipcc, demonstrou que quase metade da humanidade já está na zona de perigo. O secretário-geral adverte que se não houver reduções significativas e sustentadas de emissões nesta década, a janela de oportunidade para manter a meta será fechada para sempre, no que será um desastre para todos.
Responsabilidade
No discurso, Guterres lembrou que os governos têm a maior parte da responsabilidade de atingir emissões líquidas nulas até meados do século.
Nesta categoria, ele ressaltou em especial o papel do grupo das 20 maiores economias globais, G20, e defendeu a urgência de empresas, investidores, cidades, estados e regiões para revelar promessas de neutralização carbônica.
Guterres contou que a mais recente Cúpula do Clima, COP26, em Glasgow levantou a questão de padrões e critérios mais confiáveis e robustos para medir, analisar e relatar os compromissos rumo a emissões líquidas nulas pelas entidades não-estatais.
UN Photo/Manuel EliasSecretário-geral da ONU, António Guterres, disse que crise climática está piorando com emissões globais altas, apesar das crescentes promessas de ação climática
O lançamento do grupo de especialistas pretende responder a essa necessidade e “garantir os mais altos padrões de integridade e transparência ambiental”.
Ações concretas
O chefe da ONU fez um apelo por ações mais ousadas e concretas para evitar uma catástrofe climática.
Com recomendações esperadas até o final do ano, o grupo de peritos trabalhará determinando padrões e metas de neutralização.
Outras áreas por definir são os critérios de credibilidade para avaliar objetivos, fazer a medição e decidir sobre os compromissos.
Por fim, o novo grupo deverá apurar como verificar o progresso, o cumprimento das metas e planos, além de criar um roteiro para que os padrões e critérios passem a regulamentos nos países e em nível internacional.
Fonte: ONU NEWS