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A Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ) promoveu, no dia 18 de abril, live celebrando o Dia Nacional da Conservação do Solo (15 de abril), evento em que foi lançada a versão em português do livro infanto-juvenil “A surpreendente história não contada da biodiversidade do solo e nosso bem-estar”, de autoria do pesquisador Fabiano Balieiro da Embrapa Solos.

A publicação possui a missão especial de chamar a atenção das crianças, pais, professores e outros leitores para a importância da biodiversidade do solo e do papel desses organismos vivos para a saúde do solo e para nossa própria saúde. O livro foi um dos finalistas de concurso da FAO em 2020 e pode ser baixado aqui.

A abertura do evento ficou por conta de Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, chefe geral do centro de pesquisa carioca, que falou sobre o contexto deste Dia. “É um dia especial, não basta comemorar. É uma data de conscientização sobre quão importante o recurso solo é para a agricultura, mudanças climáticas e serviços ecossistêmicos”, disse a gestora.

O solo, apesar da importância que tem, é pouco considerado. A Embrapa Solos trabalha há décadas para trazer o tema solo para o centro do debate. Vale lembrar que 33% dos solos do mundo estão degradados, por erosão, salinização ou compactação, segundo relatório da FAO. “O conhecimento do solo é a base fundamental ´para tomada de decisões”, completou Lourdes Mendonça.

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Homenagem

Falecido no dia 12 de março, um dos maiores expoentes da pedologia brasileira, Paulo Klinger Tito Jacomine, foi lembrado por seu amigo José Coelho, pesquisador da Embrapa Solos UEP-Recife. Ele contou que Klinger tinha um xodó especial por uma ordem de solos, os plintossolos. “Ele que criou e deu nome a essa ordem de solo tão importante para a região tropical”, disse Coelho. Klinger também treinou a equipe de pedólogos que levantou os solos da região Nordeste do Brasil.

Após a homenagem, o pesquisador da Embrapa Solos, Pedro Freitas, falou sobre “A Conservação do Solo pelo uso das boas práticas no contexto da sustentabilidade do agro”. “Temos 160 milhões de hectares de pastagens com algum nível de degradação, poucas são bem conservadas. Isso nos levou a alguns exercícios, como calcular a perda do solo por erosão hídrica. O potencial anual é de 3,1 bilhões de toneladas, equivalente a US$ 15,7 bilhóes, comentou o cientista”.

Comparando 1990 a 2020, mesmo com o aumento da área, chegando a 80 milhões de hectares, há uma estabilização da erosão severa nas culturas anuais, principalmente graças à evolução da área com plantio direto. “Temos que olhar com carinho as práticas de terraceamento, plantio em contorno e em faixas, canais escoadouros e bacias de captação, especialmente nas estradas, que ainda são um foco de erosão”, afirmou Pedro.

“Serviços ecossistêmicos no contexto da conservação do solo” foi a apresentação da pesquisadora Rachel Bardy Prado. “Nas décadas de 70, 80 e 90, cientistas já chamavam a atenção da sociedade a respeito da dependência econômica em relação ao capital natural. A natureza (ecossistemas) presta serviços que beneficiam a humanidade ao longo do tempo (serviços ecossistêmicos)”, esclareceu Rachel.

Já os serviços ecossistêmicos dos solos são derivados dos fluxos de capital natural do solo, benéficos para os seres humanos e podem ser classificados em serviços de regulação, provisão e cultural. Apesar disso, o solo é um componente negligenciado nos estudos de serviços ecossistêmicos e nas decisões políticas. O que determina os serviços ecossistêmicos dos solos são o tipo e características do solo e biota e as práticas agropecuárias.

Entre os serviços ecossistêmicos do solo estão o sequestro de carbono, regulação do clima, infiltração de água, ciclagem de nutrientes, controle da erosão, manutenção da biota etc. “O que se espera com as pesquisas neste tema é contribuir para uma paisagem rural mais sustentável com ganhos de produtividade, ambientais e sociais, assegurando o bem-estar de todos”, concluiu a cientista.

Fonte: Embrapa

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