Desenvolvido por OIM e UNICEF, o material apoia alunos migrantes e refugiados interiorizados pela Operação Acolhida no processo de integração em seus novos destinos.
Por meio do projeto “Passaporte para a Educação”, desenvolvido pela OIM em parceria com o UNICEF, as famílias recebem os informativos sobre o direito à educação no Brasil e o processo de ingresso na rede pública de ensino durante a fase de revisão documental, antes das viagens.
A iniciativa surgiu em 2019 para melhorar o acesso à educação do Ensino Fundamental e Médio de refugiados e migrantes venezuelanos, beneficiando mais de 6.800 crianças e adolescentes até agosto deste ano.
Depois de passar pela interiorização, a equipe do projeto faz o acompanhamento das famílias para prestar suporte nas transferências escolares ou durante a matrícula.
As atividades do Passaporte para Educação contam com o apoio financeiro da Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia.
O livro ‘Viajando por Brasil com Elena, Felipe y Arthur’ ensina sobre cultura brasileira e apresenta as características específicas de cada região. O público da leitura são crianças e adolescentes venezuelanos beneficiados pela Estratégia de Interiorização do Governo Federal. Por meio do projeto “Passaporte para a Educação”, desenvolvido pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) em parceria com Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), as famílias recebem os informativos sobre o direito à educação no Brasil e o processo de ingresso na rede pública de ensino durante a fase de revisão documental, antes das viagens.
Com o livreto em mãos, Mercedes, de 14 anos, identifica o estado brasileiro que ela e a família terão como novo local de residência. Com o olhar focado no mapa do Brasil, aprende sobre a formação dos territórios e a distância que percorrerá de Roraima até Minas Gerais, onde planeja continuar seus estudos.
Para Mercedes, que está em Roraima desde 2019, um dos momentos mais difíceis do processo migratório foi a adaptação com a escola em Boa Vista, principalmente pela falta de familiaridade com o português. “Foi um pouco complicado. Eu tinha só amigos que também eram venezuelanos. Mas acredito que esses livros possam ajudar a entender mais para onde vou agora”, disse.
Destaque na sua escola, Mercedes está no Ensino Médio e já idealiza o futuro. “Quero ser veterinária ou policial federal! Ainda não me decidi porque quando vejo um animal na rua, sinto que quero ajudar. Mas também acho que ser policial é legal”, conclui.
Ela recebe o livro ‘Viajando por Brasil com Elena, Felipe y Arthur’ em uma mochila escolar junto a uma cartilha sobre os cuidados de prevenção ao novo coronavírus dentro da escola. A iniciativa conjunta surgiu em 2019 para melhorar o acesso à educação do Ensino Fundamental e Médio de refugiados e migrantes venezuelanos, beneficiando mais de 6.800 crianças e adolescentes até agosto deste ano.
De acordo com a assistente de projetos em Educação da OIM, Mariana Camargo, a nova edição foi pensada com conteúdo ainda mais inclusivo. “Incluímos o personagem Arthur, que é cadeirante, informações sobre o Jovem Aprendiz e a apresentação de figuras femininas brasileiras, pensando em facilitar a inclusão dessas crianças e adolescentes na escola e a integração com outras”, explicou.
“Os materiais desenvolvidos são um ponto de partida para preparar a criança ou adolescente para sua integração escolar na nova cidade”, disse Matheus Rangel, oficial de Educação do UNICEF em Manaus, que ressalta ainda o direito de meninos e meninas refugiados e migrantes a acessar educação no país.
Depois de passar pela interiorização, a equipe do projeto faz o acompanhamento das famílias para prestar suporte nas transferências escolares ou durante a matrícula. “Isso tem sido bastante importante. Temos feito também contato com escolas que têm alguma dificuldade com a língua espanhola. Nosso novo objetivo é capacitar essas escolas nos locais de destino”, afirmou Mariana, da OIM.
A busca por melhorar sua educação foi o que motivou Yusnegdis a vir para o Brasil, em 2018, junto com a filha Yosnelsis Antonella, hoje com 4 anos. As informações recebidas irão orientar a matrícula da menina em qualquer unidade de ensino e ajudar mãe e filha na descoberta da cultura brasileira.
“Penso no futuro da minha filha porque quero que ela tenha melhores oportunidades e que entenda que estou a apoiá-la sempre. Estou me superando para poder dar o melhor a ela. Como ela chegou aqui muito pequena, ela vai poder socializar com os colegas na escola da melhor forma, sem que tenham qualquer descriminação”, frisou.
Igualmente como Mercedes e a família, Yusnegdis fará o deslocamento para outro estado do Brasil com passagem fornecida pela OIM em voos comerciais.
As atividades do Passaporte para Educação contam com o apoio financeiro da Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês).
Fonte: ONU Brasil