O cyberbullying pode causar ansiedade, sofrimento emocional e até suicídio infantil

Unicef/Karel Prinsloo O cyberbullying pode causar ansiedade, sofrimento emocional e até suicídio infantil

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Prática causa ansiedade, sofrimento emocional e até suicídio infantil; uma em cada três crianças no mundo é afetada; debate destacou o papel das plataformas digitais em promover moderação de conteúdo em linha com os padrões internacionais de direitos humanos.

O bullying virtual viola diversos direitos das crianças, incluindo o direto à saúde mental, à educação, ao lazer e à privacidade. Por esta razão, o tema foi abordado em sessão especial no Conselho de Direitos Humanos, nesta quarta-feira. 

Outros impactos do bullying virtual são ansiedade, sofrimento emocional e até suicídio infantil. O membro do Comitê de Direitos da Criança, Philip Jaffé, presente na sessão, em Genebra, disse que a responsabilidade pela segurança das crianças é coletiva.

Vergonha e risco de suicídio

Jaffé afirmou que “o bullying virtual é muito real e afeta uma em cada três crianças no mundo.” 

O Conselho ouviu também o testemunho de uma defensora das crianças de Uganda, Santa Rose Mary, de 15 anos, sobre as consequências da prática. 

Ela disse que, uma vez que as informações pessoais ou fotos íntimas de alguém são compartilhadas online, a pessoa “não consegue mais encarar a comunidade onde vive, não consegue nem encarar seus próprios pais”.

A ativista alertou que situações como essa podem levar uma criança a tirar a própria vida, quando “tem aquela sensação de não ser mais necessária na comunidade”.

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Meninas são mais impactadas

A vice-chefe de direitos humanos da ONU, Nada Al-Nashif, observou que, de acordo com o Comitê para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, Cedaw, o bullying virtual afeta meninas quase duas vezes mais do que meninos.

Ela destacou que crianças sujeitas a bullying são mais propensas a faltar à escola, ter um desempenho pior nos testes e podem sofrer insônia e dor psicossomática.

Nashif também enfatizou a “centralidade e o poder das empresas no espaço online”. Ela mencionou a responsabilidade do setor de tecnologia de fornecer ferramentas de privacidade adaptadas e seguir diretrizes de moderação de conteúdo “em linha com os padrões internacionais de direitos humanos”.

Moderação pelas empresas de tecnologia

A diretora de políticas de segurança da empresa Meta, Deepali Liberhan, participou da discussão e falou sobre a magnitude do problema.

Ela disse que, somente no terceiro trimestre de 2023, cerca de 15 milhões de conteúdos foram detectados nas plataformas Facebook e Instagram que constituíam bullying e assédio. A maioria foi removida proativamente pela Meta antes mesmo de ser denunciada, disse ela.

Liberhan destacou as políticas de moderação de conteúdo da empresa, as parcerias com especialistas para orientar as ações e a incorporação de ferramentas antibullying na experiência do usuário.

De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, 130 milhões de estudantes em todo o mundo sofrem bullying, uma situação que foi exacerbada pela disseminação das tecnologias digitais. 

Fonte: Agência Brasil

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