Cabo Verde destaca que, sem um plano B, é necessária atenção nas políticas voltadas para preservação do ambiente
Janeiro marca primeira passagem da maior regata do mundo pela ilha do Mindelo; com pré-eventos, autoridades atraem atenções de representantes de todo o mundo ao arquipélago; ministro do Mar quer contínua divulgação das metas globais e reforço da atenção aos perigos dos países-ilha.
Em janeiro de 2023, Cabo Verde será uma das nove paragens da corrida de barcos a vela Global Ocean Race. Por cinco dias, o circuito escalará a ilha do Mindelo marcando a primeira presença do evento numa nação da África Ocidental, após a Cidade do Cabo na África do Sul.
As autoridades cabo-verdianas dizem querer ir além do que aclamar os que participam na maior regata mundial. A meta é reforçar a consciência sobre a ameaça vivida pelas nações insulares de uma forma continuada.
Influência
A declaração foi feita pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, que assume a pasta do Mar. Abraão Aníbal Barbosa Vicente falou à ONU News, de Lisboa, sobre o programa local que envolve influenciadores e figuras globais no meio século da regata.
“A ocean race é uma grande regata se comparada à Fórmula 1 ou ao Campeonato do Mundo de Futebol. Cabo Verde, naturalmente devido ao seu ponto estratégico, mais cedo ou mais tarde teria que fazer parte desta regata querendo essa expansão. Nós criamos todas as condições internas, mobilizamos financiamento interno, mobilizamos o empresário e a sociedade civil. Temos pré-eventos, que não são prevemos mais eventos, que acabam por não são pequenos, para preparar a cidade do Mindelo nomeadamente a Globe40 na cidade do Mindelo.”
© Unesco/Maio Biosphere ReserveReserva da Biosfera do Maio. Na retomada da economia, o turismo é considerado um pilar estratégico para Cabo Verde
Entre os destinos da mais antiga competição de vela na próxima edição estão Haia, na Holanda, e Aarhus, na Dinamarca, além do porto de origem da Corrida de Alicante.
A preparação dos eventos em território cabo-verdiano inclui um convite feito ao secretário-geral das Nações Unidas e a agentes que fazem a economia funcionar.
Sustentabilidade
“Estamos a criar um ambiente para que não seja apenas um evento. Para que seja algo que perdure no tempo e faça a parte pedagógica de promoção dos oceanos, promoção do desenvolvimento sustentável, dos oceanos e promoção de pequenos Estados insulares, como Cabo Verde, que não têm um plano B e que é necessário ter a toda atenção nas políticas voltadas para preservação do ambiente, mas também ao desenvolvimento da economia ligada ao mar. De uma forma que todos nós possamos garantir o futuro, mas também garantir o presente, através de uma economia que seja verde, azul e sustentável.”
Para Cabo Verde, o movimento criado por centenas de velejadores é essencial para promover a ação pela conservação e proteção oceânica.
O ministro disse que uma das áreas de maior destaque é o financiamento de países ameaçados de desaparecer e que seja proporcional a países pequenos e grandes.
Fonte: ONU NEWS
